É me difícil exprimir o meus sentimentos em relação ao trabalho do famoso realizador italiano Federico Fellini, pois sou capaz de o achar um génio em alguns trabalhos como A Noite de Cabiria (1957) ou ficar com a ideia que estou perante um realizador ultra valorado quando vi 8 1/2 (1963) o qual não gostei. La Dolce Vita (1960) faz este ano os seus 50º aniversário e decide dar mais uma oportunidade ao realizador e ver este filme que tanto se falou e ainda hoje se fala, que conta com Marcello Mastroianni no principal papel.
A historia é sobre Marcello Rubini (Mastroianni) um jornalista que vive em Roma no final dos anos 50. Marcello está especializado em noticias sensacionalistas sobre estrelas de cinema, figuras publicas e até visões religiosas. Ele sente que o rumo da sua vida não é o correcto, ele sonha em ser um escritor famoso e deixar as noticias sobre bisbilhotices de lado. Marcello é um homem que não está comprometido com ninguém, como demonstram as suas várias relações amorosas com várias mulheres. Numa noite Marcello recebe a visita do seu pai, que mais do que querer estar com o seu filho quer divertir-se na noite de Roma. Marcello sente-se ferido por essa situação e tudo piora quando o seu amigo "mais normal" o qual ele tem admiração comete o suicídio e mata os seus próprios filhos.
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O filme marca uma separação entre os seus anteriores trabalhos neorrealistas e um começo de um novo período, chamado simbolista. Eu sinceramente gosto mais do seu lado mais neorrealista. O filme está repleto de mensagens, desde a primeira quando Marcello está num helicóptero com uns amigos a ao passar junto a um grupo de mulheres que estão a apanhar sol num telhado, ele tenta perguntar o numero de telefone delas, enquanto elas perguntam-lhe onde eles vão, a falta de comunicação é um dos temas principais no filme. A caracterização de Roma, da famosa avenida de Via Veneto por onde passam os famosos, os paparazzis sempre a chatear e o mundo fútil cheio de intriga em que está emerso Marcello está muito bem caracterizado.
Dou-lhe um 6/10, acho o filme interessante, cheio de subtis mensagens entre cada cena, mas para a historia que é 120 minutos seria mais que suficiente e não os 174 minutos que tem o filme que chega a ser aborrecido. Há certas cenas que parecem a mais no filme, ou simplesmente demasiado longas. Mas em geral gostei, achei a historia do jornalista que vive num mundo de aparências tão actual como à 50 anos.
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